segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Memória a perigo em Cruz Alta


Zero Hora, 22/02/2010

Museu Erico Verissimo, que recebe 3 mil visitantes ao ano, em média, apresenta rachaduras e infiltrações e deverá passar por vistoria em março

Um dos maiores patrimônios históricos do Estado está danificado pela ação do tempo. A casa do escritor Erico Verissimo, que abriga um museu dedicado ao autor no centro de sua terra natal, Cruz Alta, está parcialmente interditada, e deve passar no início de março por vistoria da Fundação de Ciência e Tecnologia do Estado (Cientec).

A medida foi recomendada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae), após laudo preliminar feito em novembro, a pedido da prefeitura de Cruz Alta. Engenheiros da prefeitura visitaram o prédio para verificar as rachaduras e acharam prudente acionar o Iphae, já que o prédio foi tombado pelo instituto em 1984. O Iphae, por sua vez, aconselhou que uma empresa especializada fizesse um novo laudo, mais criterioso, apontando que tipo de intervenções e reformas serão necessárias.

– Se essas reformas realmente forem necessárias a prefeitura terá que contratar uma empresa especializada. Para viabilizar as obras, vamos elaborar projetos e encaminhar ao governo do Estado, já que trata-se de um patrimônio histórico – explica Rossano Viero Cavalari, coordenador do Museu Erico Verissimo.

O prédio apresenta rachaduras e infiltrações, em especial no auditório. Após o laudo preliminar, o Iphae indicou a instalação de um tapume do lado de fora do prédio para evitar que, caso o reboco caia, atinja pedestres. Também foi recomendado que fossem evitadas aglomerações de pessoas, motivo pelo qual as visitas de grandes grupos foram canceladas.

– Quando temos agendada uma grande excursão, dividimos em pequenos grupos para a visitação. Não estamos deixando de atender nenhuma demanda – afirma Cavalari.

O estado do prédio prejudicou também o projeto Acústica no Museu, realizado no auditório semanalmente. As apresentações estão canceladas desde dezembro, mas devem ser retomadas em março no Salão Nobre da Câmara de Vereadores.

Fernanda Verissimo, neta do escritor, destaca que a família tem um carinho especial pela casa.

– É um dos principais pontos turísticos e culturais de Cruz Alta. Temos o sentimento que nos últimos anos a casa não vem recebendo o cuidado que merece. É uma casa histórica, representa muito para nossa família, e acreditamos que, bem aproveitada, tem grande potencial.

Ela lembra ainda a admiração da família pelo trabalho de Edemar Vieira, que morreu há alguns anos e que por muito tempo trabalhou no museu:

– A impressão que tínhamos é que ele cuidava do local como toda a afeição.

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